sexta-feira, 30 de março de 2012

Valuing the diversity of biodiversity

  O VALOR DA BIODIVERSIDADE – 2ª TEMÁTICA


                                               Fonte: www.google.pt/imagens

Quando falamos de biodiversidade, coloca-se a questão que é a de sabermos exatamente o que estamos a valorizar.

Muitas vezes, quando se fala de avaliação da biodiversidade o que de facto se está a considerar é a avaliação de serviços ambientais que estão associados à preservação dos recursos biológicos. Este facto deriva não tanto da não consciência da diferença entre estas duas realidades, mas sim da maior dificuldade de formalização e quantificação que o primeiro tipo de abordagem encerra. Deste modo, deparamonos frequentemente com estudos que procuram avaliar, numa área específica reconhecida pela sua diversidade biológica, o impacto de diferentes tipos de intervenção nos serviços daí decorrentes.

O Millennium Ecosystem Assessment (MA) fez uma avaliação mundial das consequências das alterações nos ecossistemas para o bem-estar humano e identificou as ações necessárias para melhorar a gestão dos ecossistemas (MA, 2005).  O MA  demonstrou também, que nos últimos 50 anos os humanos modificaram os ecossistemas mais rápida e extensivamente que em qualquer outro período da história humana. Estas alterações foram feitas no sentido de responder ao crescimento rápido da procura de alimento, água, madeira, e combustível, induzido pelo crescimento demográfico e económico. Os ganhos de produtividade obtidos nos serviços de produção dos ecossistemas trouxeram benefícios importantes ao bem-estar da maioria da população humana, mas foram feitos à custa da perda de biodiversidade e da degradação dos serviços de suporte e de regulação dos ecossistemas, tais como a regulação do clima e a regulação da qualidade da água, pondo em causa a sustentabilidade a médio prazo dos ganhos realizados.

Estudos têm sido elaborados, com vista à atribuição de um valor económico, social, cultural e ético da biodiversidade, sendo que esta técnica poderá contribuir como suporte para as políticas através da quantificação do valor económico associado à proteção dos recursos naturais (M. Christie et al. 2006).

economic valuation of biodiversity and biological resources is an important tool for well-targeted and calibrated economic incentive measures (…) take into account economic, social, cultural and ethical valuation in the development of relevant incentive measures”

Um paradigma de valor, conhecido como o conceito utilitário (antropocêntrico), baseia-se no princípio da satisfação humana preferencial (bem-estar). Neste caso, os ecossistemas e os serviços que fornecem têm valor para as sociedades humanas porque as pessoas, direta ou indiretamente, tiram proveito do seu uso. Dentro deste conceito utilitário de valor, as pessoas também dão valor aos serviços dos ecossistemas que não usam. Os valores de não uso, geralmente conhecidos como valores de existência, envolvem os casos em que o homem atribui valor a saber que um recurso existe, mesmo que ele nunca venha a utilizar esse recurso diretamente. Estes recursos envolvem valores históricos, nacionais, éticos, religiosos e espirituais profundamente enraizados que as pessoas atribuem aos ecossistemas -- os valores que a Avaliação do Milénio dos Ecossistemas (AM), reconhece como serviços culturais dos ecossistemas. Além do papel importante da biodiversidade no fornecimento dos serviços dos ecossistemas, a diversidade de espécies vivas tem um valor intrínseco independentemente de qualquer interesse humano prático.
 

Fonte: http://www.maweb.org/documents/document.354.aspx.pdf, p.19. Consultado a 2012/03/29

Sendo o assunto a biodiversidade, vem-nos à mente a reação de Mozart frente ao imperador Josef II que lhe disse que a sua sonata tinha notas demais. Mozart prontamente respondeu que ela continha “exatamente o número necessário”. Independentemente da sua valorização a extinção de quaisquer espécies pode tornar a sonata da vida menos harmoniosa.

Referências:

Christie, M. and Hanley, N. and Wright, R.E. (2006) Valuing the diversity of biodiversity. Disponível em: http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/course/view.php?id=66651. pp. 2-14 

Millennium Ecosystem Assessment (2005) Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, disponível em: http://www.maweb.org/documents/document.354.aspx.pdf
 
Sousa, Jorge Pereira, Valoração da Biodiversidade, Depto Economia da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, disponível em www.ipsa.org.br, pp. 4-4, consultado a 2012-03-30

sexta-feira, 23 de março de 2012

Temática Nº 1 - Falando de Biodiversidade .....

 
A biodiversidade pode ser vista como um valioso recurso global de grande importância, que os cientistas denominam – a teia da vida. Não existe uma definição consensual de Biodiversidade. Como definição pode ser entendida, entre muitas outras como, “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, incluindo ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e dos complexos ecológicos dos quais esses organismos fazem parte. Tal inclui a diversidade intra e interespecífica e a diversidade entre os ecossistemas"(Millennium Ecosystem Assessment:2005).

A diversidade segundo a AM, é um aspeto estrutural dos ecossistemas, e a variabilidade entre os ecossistemas é um elemento da biodiversidade. Os produtos da biodiversidade incluem muitos dos serviços produzidos pelos ecossistemas, como alimento e recursos genéticos e as mudanças na biodiversidade podem influenciar todos os outros serviços que os ecossistemas prestam. Além do papel importante da biodiversidade no fornecimento dos serviços dos ecossistemas, a diversidade de espécies vivas tem um valor intrínseco independente de qualquer interesse humano prático.

Biodiversidade e ecossistemas estão estreitamente relacionados. O conceito de ecossistema fornece um enquadramento valioso para analisar e atuar nas conexões entre pessoas e o meio ambiente. Um ecossistema é pois um complexo dinâmico de comunidades de plantas, animais e microrganismos e do meio ambiente não vivo interagindo como uma unidade funcional. Os humanos são uma parte integral dos ecossistemas. Os ecossistemas variam muito em tamanho; p.e, uma poça de água na cavidade de uma árvore e uma bacia oceânica, podem ser ambas exemplos de ecossistemas.

Por esta razão, a “abordagem ao nível do ecossistema” tem sido defendida pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e a estrutura conceptual da AM é totalmente consistente com essa abordagem. A CDB afirma que a abordagem de ecossistema é uma estratégia para a gestão integrada da terra, da água, e dos recursos vivos que promove a conservação e o uso sustentável de forma justa. Esta abordagem reconhece que as pessoas, com suas diversidades culturais, representam uma componente integral de muitos ecossistemas.

Referência:
Millennium Ecosystem Assessment 2005, Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC.

Temática Nº1

Um dos principais desafios da humanidade atualmente é encontrar caminhos sustentáveis de interação com o meio ambiente, uma vez que os modos utilizados, comprometem seriamente o seu equilíbrio. Existe portanto, uma forte razão para a necessidade de mudança: com vista à sua sobrevivência, a humanidade depende, dos múltiplos serviços prestados pelo meio ambiente. As interferências do homem no planeta aumentaram e diversificaram de tal maneira que, nas últimas décadas, passaram a comprometer o equilíbrio, assim como a capacidade de regeneração dos ecossistemas, vitais na interação homem/natureza, que se pretende equilibrada. O meio ambiente está comprometido devido às mudanças que ocorrem na economia, próprias da evolução cultural humana, processando-se a um ritmo mais rápido e de resultados imprevisíveis, se comparados com o caminho “evolutivo” que toma a biodiversidade cuja evolução é mais lenta.
No âmbito da Unidade Curricular-Biodiversidade, Geodiversidade e Conservação, ministrada no MCAP da Universidade Aberta de Lisboa, sob a orientação da(s) digníssima(s) docente(s) Drªs Paula Nicolau e Filomena Amador, acedi aceitar este desafio da criação de um Blog alusivo a esta temática, que se destina única e exclusivamente para este fim, i.e., para avaliação desta UC.
Ainda recruta nestas andanças que as ferramentas das novas tecnologias nos proporcionam, mas ciente de que, um longo caminho se faz caminhando, aqui estou para vos oferecer o que considero sobre Biodiversidade, Geodiversidade e o valor da preservação do Património Natural à escala nacional e internacional.