A biodiversidade pode ser vista como um valioso recurso global de grande importância, que os cientistas denominam – a teia da vida. Não existe uma definição consensual de Biodiversidade. Como definição pode ser entendida, entre muitas outras como, “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, incluindo ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e dos complexos ecológicos dos quais esses organismos fazem parte. Tal inclui a diversidade intra e interespecífica e a diversidade entre os ecossistemas"(Millennium Ecosystem Assessment:2005).
A diversidade segundo a AM, é um aspeto estrutural dos ecossistemas, e a variabilidade entre os ecossistemas é um elemento da biodiversidade. Os produtos da biodiversidade incluem muitos dos serviços produzidos pelos ecossistemas, como alimento e recursos genéticos e as mudanças na biodiversidade podem influenciar todos os outros serviços que os ecossistemas prestam. Além do papel importante da biodiversidade no fornecimento dos serviços dos ecossistemas, a diversidade de espécies vivas tem um valor intrínseco independente de qualquer interesse humano prático.
Biodiversidade e ecossistemas estão estreitamente relacionados. O conceito de ecossistema fornece um enquadramento valioso para analisar e atuar nas conexões entre pessoas e o meio ambiente. Um ecossistema é pois um complexo dinâmico de comunidades de plantas, animais e microrganismos e do meio ambiente não vivo interagindo como uma unidade funcional. Os humanos são uma parte integral dos ecossistemas. Os ecossistemas variam muito em tamanho; p.e, uma poça de água na cavidade de uma árvore e uma bacia oceânica, podem ser ambas exemplos de ecossistemas.
Por esta razão, a “abordagem ao nível do ecossistema” tem sido defendida pela Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), e a estrutura conceptual da AM é totalmente consistente com essa abordagem. A CDB afirma que a abordagem de ecossistema é uma estratégia para a gestão integrada da terra, da água, e dos recursos vivos que promove a conservação e o uso sustentável de forma justa. Esta abordagem reconhece que as pessoas, com suas diversidades culturais, representam uma componente integral de muitos ecossistemas.
Referência:
Millennium Ecosystem Assessment 2005, Ecosystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC.
Olá Elisabete,
ResponderEliminarAcho que colocas aqui um aspeto, na minha opinião, muito importante: O papel do ser humano como parte integrante dos ecossistemas.
Este papel do ser humano como mais um dos integrantes dos ecossistemas, reduz a visão antropocentrista que considera que os ecossistemas estão ao serviço do ser humano, mas mantêm a importância da convivência das comunidades humanas com os ecossistemas.
Hoje em dia, as comunidades humanas vivem praticamente em todos os ecossistemas do mundo e não podemos pretender conservar a natureza sem a presença do ser humano. Por este motivo, devemos tentar atingir um equilíbrio entre o bem-estar destas comunidades e a conservação dos ecossistemas, destacando que em muitos casos, este bem-estar depende da presença destes e da sua biodiversidade.
Salientar os aspetos em que os ecossistemas contribuem para o bem-estar, e identificar aspetos em que podemos aproveitar estes valores para o desenvolvimento sustentado das comunidades é sem dúvida o caminho mais justo para atingir a conservação dos ecossistemas.
Porque não podemos esquecer que a capacidade adaptativa dos ecossistemas é enorme e sem dúvida a biodiversidade, como hoje a conhecemos ou adaptada às alterações que estamos a provocar no ambiente, continuará a existir no planeta. A questão essencial é se o ser humano conseguirá estar aí para vê-lo.